segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Usando a Adversidade em Benefício Próprio


         Um amigo desviado a três anos disse que não tinha forças pra voltar a servir ao Senhor. Um dos motivos alegados por ele, foi ver a avó morrer numa cama após anos de enfermidade. Ela era fiel ao Senhor, e agora padeceu em muito sofrimento. O rapaz estava revoltado com Deus por esta questão.
         Paulo estava preso talvez em Cesaréia ou Roma não se sabe ao certo,  o que sabemos é que o mal que lhe sobrevinha ele revertia em bem.
         Como o apóstolo conseguiu tal façanha? Como ele sentia-se feliz ante uma prisão? Como ter paz sendo preso por pregar o evangelho? Ele não era servo de Deus? Onde estava Deus que não impediu isso?
         Paulo era sujeito aos mesmos sofrimentos que nós e a exemplo de Jesus, o qual o chamou, Paulo se entregava completamente a causa do evangelho, nem que isso lhe custasse a vida. Sofremos porque o mundo jáz no maligno, o mundo é mal por isso sofremos.
         O nível espiritual de Paulo era elevadíssimo, ele havia captado a transitoriedade de nosso viver, e ilusão nenhuma o prendia. Além de entender essa questão, o apóstolo vivia desprendido da momentaneidade vaidosa, e agia esmurrando-se a si mesmo para agradar ao Espírito de Deus (1 Co 9:27). A dessemelhança entre nós e Paulo está no foco, "para quem vivemos e nos movemos?".
Por olhar fixamente para o nosso umbigo, e o alvo ser em maior porcentagem o próprio “eu” queremos que tudo ande bem em nossa vida, que tenhamos paz, prosperidade, conforto, luxo, sucesso, esse é o nosso maior propósito de vida, nós mesmos. Paulo era diferente, sua visão não era egocêntrica, mas Cristocêntrica (Rm 14:8; 1 Co 8:6; 2 Co5:1 a 6). Olhando para Deus, Paulo não se importava com os sofrimentos que lhe sobrevinham, ao contrário, as oposições sinalizavam-lhe que estava no caminho certo.
         No verso 12 percebemos isso, quando ele afirma que a prisão não era de todo o mal, mas estava servindo para o progresso do evangelho. A situação adversa estava servindo para que ele chegasse em lugares que nunca poderia alcança. Se não fosse pela sua prisão, Paulo esteve no pretório, a residência oficial do governador Romano. Sendo assim os guardas ouviam que ele estava preso por pregar o Cristo (v: 13). Quem é este Cristo? Poderiam perguntar então os presos a sua volta e os guardas. E ele então podia evangelizar até mesmo a casa do governador.
         Além disso, Paulo regozijava em ver que a sua dor motivava outros a fazer o mesmo, o amor de Paulo pelo Senhor estava sendo replicado em seus seguidores. Os irmãos passaram a imitá-lo destemidamente com maior rigor e destemor (v:14).
         Quando o foco da nossa existência está no “eu”, todo o sofrimento é um desastre, uma tribulação sem fim. Se os pacientes de câncer entendessem o que Paulo fez, e todas as vezes que fossem a tratamento, anunciassem ali ao Senhor Jesus aos médicos, enfermeiras, pacientes e familiares deles, muitas vidas seriam alcançadas.
Se as dificuldades vividas por nós servir para nos calar, então a nossa religião é vã, precisamos rever o nosso amor por Deus.
         Sem uma entrega genuína de vida, qualquer obstáculo torna-se uma muralha da China. A fé esmorece, a luz do espírito se apaga. Paulo disse: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (v:21). Paulo mostra plena consciência da visão de Deus para si, assim ele define a sua vida, o alvo que perseguia. Não buscava o agora, mas o porvir, então todo o sofrimento momentâneo por amor a Cristo era válido.
         Como uma corrente, Jesus entregou-se pelos pecadores, Pedro negou a sua vida para servir ao Senhor, e agora os irmãos em Cristo estavam motivados a entregar sua vida para falar de Jesus com a mesma determinação e destemor de Paulo. A exemplo de Cristo, quando o seguimos e agimos como Ele, outros serão impelidos a seguí-lo vendo-O agindo em nós.




Missionário Adriano Silva

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